Porque...
...não se pode amar sem não depender.
Sentia-me mal.
Tinha de estudar, o que implicava não estar com ele, mas implicava o meu futuro e o facto de que eu não posso deixar que ninguém interfira nele, para eu um dia poder ser alguém.
Alguém que faça a diferença. Alguém que seja notada.
Mas sentia-me mal.
Estava a esforçar-me contrariada. Porque o meu futuro não é isto. O meu futuro não vai ser isto.
Objectivos. Motivações.
Era o que eu precisava. E o que eu não tinha.
Quanto mais estudava, menos vontade tinha de o fazer, mais em baixo andava, menos tempo tinha com ele, e esse tempo que tinha, não era de qualidade.
Já não me sentia livre com ele!
A minha cabeça andava sempre a roda com estudo, com o facto de não gostar disto, com objectivos e motivações que não exisitiam. E que, por muito que nós quisessemos estar juntos, já não era a mesma coisa. Eu estava mal. Punha-o mal.
Nós estavamos mal.
E a culpa era minha...
Até que um dia, apercebi-me. Ele deixou de me falar como falava, deixou de me ligar como ligava. Deixou-me em paz. Como eu queria. Deixou de me "fazer a papinha toda", como sempre fez.
E aí, bateu-me. Estavamos a desmoronar. E porque? Mas porque? As saudades bateram mais forte e mais forte, até que não me consegui conter.
E chorei.
Fechei-me demasiado. Pensei que resolvia tudo sozinha. Não contei com ele quando ele esteve para mim.
E felizmente, não foi tarde demais.
Ele é tudo o que eu não sou e, no entanto, é tudo o que eu preciso para ser feliz.
Independência? Impossível. Quando se ama não se consegue ser independente. Digo-o eu que sempre o fui. E agora que o tento ser, sinto-me miserável. E não consigo.
Agora percebo.
Amar é depender.
Amar é precisar.
Nunca mais irei ser a Sónia que era.
Ainda bem. :)